O dia estava quente, um daqueles domingos abafados de verão em que o ar parece grudar na pele. Léo estava na varanda de sua casa, uma cerveja gelada na mão, o suor escorrendo pela nuca, deixando um rastro frio que contrastava com o calor do ambiente. O ventilador velho girava preguiçosamente, fazendo mais barulho do que alívio. Ele observava a rua quase deserta, com o som distante de crianças brincando e o latido esporádico de um cachorro. Foi quando viu Pedro se aproximando, os ombros curvados, o passo hesitante, como se carregasse algo mais pesado que o próprio corpo. Pedro era seu amigo de longa data, daqueles que crescem juntos, dividem segredos de infância e brigas bobas que se resolvem com uma risada. Mas aquele Pedro que se aproximava não era o de sempre. Seu rosto estava tenso, os olhos fundos, como se não dormisse direito há dias.
Ele vestia uma camiseta surrada, manchada de suor nas axilas, e o cabelo estava desgrenhado, caindo sobre a testa. Léo ergueu a mão em um aceno, mas o sorriso morreu quando viu a expressão do amigo. “Fala, Pedro. Tô vendo que tu não tá bem, cara. Senta aí, pega uma gelada”, disse Léo, apontando para a cadeira ao lado e empurrando o isopor com cervejas. Pedro se jogou na cadeira, o corpo desabando como se tivesse corrido uma maratona. Ele pegou uma lata, abriu com um estalo e tomou um gole longo, o líquido gelado escorrendo pelo canto da boca.
Léo notou que as mãos dele tremiam levemente, os dedos tamborilando na lata. O silêncio entre eles era desconfortável, algo raro na amizade dos dois. “Mano, eu preciso te contar uma coisa… Mas tu jura que não vai me julgar?”, a voz de Pedro era baixa, quase um sussurro, carregada de vergonha e urgência. Léo franziu a testa, intrigado. Ele conhecia Pedro como a palma da mão, sabia quando o amigo estava escondendo algo. Ajeitou-se na cadeira, o encosto de plástico rangendo sob seu peso. “Claro, cara. Pode mandar. Tô aqui pra ouvir, tu sabe.” Pedro respirou fundo, o peito subindo e descendo como se estivesse se preparando para mergulhar em águas profundas. Ele passou a mão pelo rosto, os dedos roçando a barba rala, e começou a falar, as palavras saindo hesitantes no início, mas ganhando força à medida que a história avançava. “Mano, eu tive um sonho… Ou pelo menos, era pra ser um sonho.
Eu fui visitar a casa da minha irmã, a Clara, que mora ali do lado, sabe? Cheguei lá de noite, a porta tava entreaberta, e eu entrei sem fazer barulho. Quando cheguei na sala, ouvi uns gemidos vindo do quarto. Fui na ponta dos pés, coração batendo na garganta, e quando cheguei na porta, vi… vi a Clara com o marido, o Thiago.” Pedro engoliu em seco, a garganta seca apesar da cerveja. Léo permaneceu em silêncio, o corpo inclinado para frente, atento a cada palavra. Ele podia sentir a tensão no ar, o peso do que estava por vir. “Eles tavam… transando, mano. A Clara tava de quatro na cama, o Thiago atrás dela, metendo com força. Eu vi tudo. O jeito que o corpo dela tremia a cada estocada, os peitos dela balançando, o cabelo grudado na testa de suor. Ela gemia alto, como se não tivesse vergonha de nada, como se fosse… uma puta no cio. E o Thiago, cara, ele tava com uma cara de tesão puro, as mãos apertando a bunda dela, deixando marcas vermelhas na pele branquinha.” Léo sentiu um arrepio subir pela espinha, não de excitação, mas pela crueza com que Pedro descrevia a cena.
Ele notou que o amigo estava com as pupilas dilatadas, o rosto corado, como se revivesse cada detalhe.
Pedro continuou, a voz agora mais rouca, carregada de uma mistura de vergonha e fascínio. “Eu sabia que devia sair dali, mas… não consegui. Meu corpo não obedecia. Fiquei parado, escondido na penumbra, olhando. E, mano, eu… eu fiquei excitado. Meu pau tava duro feito pedra, pulsando na calça. Não sei o que deu em mim, mas comecei a me tocar, ali mesmo, atrás da porta. Eu tava tão vidrado na Clara, no jeito que ela rebolava contra o Thiago, nos gemidos dela, que nem percebi que tava fazendo barulho. Minha mão escorregou na maçaneta, e ela fez um rangido.” Pedro parou, o corpo tenso, como se ainda pudesse ouvir o som que o delatou. Léo ergueu uma sobrancelha, esperando o resto. “Eles pararam na hora. A Clara virou a cabeça, os olhos dela encontraram os meus. Eu tava com a mão no pau, mano, não tinha como disfarçar. Pensei que ela ia gritar, que o Thiago ia me socar. Mas… ela sorriu. Um sorriso sacana, daqueles que dizem mais do que palavras.
O Thiago olhou pra mim, e em vez de raiva, ele tinha um olhar… de convite. Ele disse, com a voz calma: ‘Tá gostando do show, Pedro? Por que não entra e participa?’” Léo arregalou os olhos, mas se conteve para não interromper. Pedro estava completamente imerso na história, as mãos agora apertando a lata de cerveja com tanta força que o alumínio amassava. “Eu não sei como, mas eu entrei. Era como se meu corpo tivesse vida própria. A Clara se arrastou na cama, os joelhos afundando no colchão, e veio até mim. Ela tava nua, o corpo brilhando de suor, os mamilos duros, a pele quente. Ela me puxou pela camisa e me beijou.
Mano, o gosto da boca dela… era doce, com um toque de sal, como se ela tivesse chupado o Thiago antes. Eu senti o cheiro dela, um misto de perfume, suor e tesão. Minha irmã… minha irmã tava ali, me querendo.” Pedro baixou a cabeça, como se a memória doesse. Mas ele continuou, as palavras agora fluindo como uma correnteza. “Eu não pensei. Tirei a roupa, e a Clara caiu de boca no meu pau. Ela chupava com uma fome, mano, como se quisesse me devorar. A língua dela rodava na cabeça, descia pelo tronco, lambia as bolas. Eu sentia os arrepios subindo pelas pernas, o calor da boca dela, o som molhado cada vez que ela engolia até a garganta. O Thiago tava atrás dela, metendo de novo, e ela gemia com meu pau na boca, as vibrações fazendo meu corpo tremer.” Léo engoliu em seco, tentando manter a compostura.
A história era visceral, cada detalhe pintando uma cena tão vívida que ele quase podia sentir o calor do quarto, ouvir os gemidos.
“Aí o Thiago me chamou pra trocar de lugar. Eu… eu fui. A Clara se deitou de costas, as pernas abertas, a buceta dela brilhando, inchada de tanto tesão. Eu me encaixei entre as pernas dela e meti. Mano, era quente, apertado, molhado. Ela se contorcia embaixo de mim, as unhas cravando nas minhas costas, pedindo mais. Eu fodia com força, como se quisesse marcar ela, como se quisesse apagar qualquer limite entre nós. Ela gritava meu nome, ‘Pedro, me fode, seu irmãozinho sacana’. E o Thiago… ele tava do lado, se masturbando, olhando tudo com um sorriso.” Pedro fez uma pausa, os olhos perdidos, como se ainda pudesse sentir o corpo da irmã sob o dele. “Depois, ela quis o cu. Ela se virou, empinou a bunda, e eu… eu não tive piedade. Entrei devagar no começo, mas ela pedia mais, empurrava contra mim, até que eu tava metendo com tudo.
O Thiago foi pra frente, e ela chupava ele enquanto eu comia o cu dela. Era… animalesco, mano. A gente se perdeu ali. Quando eu senti que ia gozar, avisei, mas ela virou pra mim, a boca aberta, os olhos brilhando. Eu gozei, jatos quentes na cara dela, na boca, no queixo. E ela… engoliu tudo, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Lambia os lábios, limpava o rosto com a língua, como uma cadela no cio que não desperdiça nada. O Thiago gozou logo depois, e ela fez o mesmo com ele, engolindo cada gota, gemendo de prazer.” Pedro parou, o silêncio pesando entre eles. Léo notou que o amigo estava tremendo, o rosto vermelho, os olhos marejados. Ele queria dizer algo, mas não sabia o quê. Antes que pudesse falar, Pedro continuou, a voz agora um fio de som. “Mano… não era um sonho. Era real. Eu tenho ido na casa da Clara há dois meses. Toda noite, eu fujo pra lá, e a gente transa como se fossemos bichos. Eu sei que é errado, sei que é incesto, mas… eu não consigo parar. Desde menino, eu espiava ela no banho, via o corpo dela, os peitos, a bunda, e… eu sentia tesão. Sempre senti. E agora, com ela me querendo, com o Thiago me deixando fazer tudo… eu tô perdido.” Léo ficou em silêncio, processando a confissão.
Ele via o peso nos ombros do amigo, a culpa misturada com o desejo. Ele se inclinou, apoiando os cotovelos nos joelhos, e falou com cuidado. “Pedro, tu tá carregando isso sozinho há dois meses? Por que não me contou antes?” Pedro sorriu, um sorriso amargo. “Porque eu tinha vergonha. Mas hoje… eu não aguentava mais guardar. Tô aliviado por te contar, mesmo que tu ache que eu sou um monstro.”
Léo balançou a cabeça, colocando a mão no ombro do amigo. “Eu não acho que você é um monstro, cara. Mas tu precisa entender o que tá sentindo, o que tá fazendo. Eu não vou te julgar, mas… tu precisa resolver isso, mano.” Pedro assentiu, os olhos fixos no chão. Ele terminou a cerveja em um último gole, o som do líquido ecoando no silêncio. Levantou-se, os movimentos lentos, como se ainda estivesse carregando o peso do mundo. “Valeu, Léo. Por ouvir, por não me julgar. Eu… vou indo.”
Léo ficou na varanda, olhando Pedro se afastar, a figura do amigo desaparecendo na esquina.
Ele pegou a cerveja, o frio da lata quase não aliviando o calor que a história deixou em seu peito. A confissão de Pedro ecoava em sua mente, cada detalhe gravado com uma clareza perturbadora. Ele sabia que aquela conversa tinha mudado algo, não só em Pedro, mas neles dois. E, por mais que quisesse ajudar o amigo, Léo não tinha certeza de como poderia guiá-lo para fora daquele abismo.